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  • Foto do escritorPaulo Bandeira

Afinal, qual a tarefa da Psicanálise?


Uma Psicanalista muito experiente me orientou, certa vez, sobre a forma correta de direcionar o cliente em relação à terapia e seus efeitos. Queria marcar, antes, uma digressão, já que considero o analisando como “cliente”, nos moldes propostos por Nise da Silveira. Os Psicanalistas são os pacientes, exercem a paciência no dia a dia. Revisitando meu percurso, guardo o que ela dizia sempre: - Temos que possibilitar ao analisando a saída de sua postura passiva de não aceitar apenas os sintomas que o acompanham, mas instigá-lo. Nessa perspectiva, o objetivo é de mobilizar o analisando a ressignificar seus sintomas. Já que a Psicanálise não os trata, mas constrói uma rede de significantes que os levou a surgir. O caminho não é de apontar a apatia do analisando, mas mobilizá-lo a reelaborar e minar os sintomas a partir da indagação: O que você faz com aquilo que te fizeram? De outra forma, o que você faz com aquilo que te gerou o sintoma? Não é um exercício fácil no início do tratamento, devemos considerar isto. Já que muitas formas de conversão fogem da identificação dos motivos e da apreensão do real, feitos pelo inconsciente. O que você faz com a pressão que sentes? Esta reelaboração é completamente distinta da acolhida paralisante dos nossos efeitos sintomáticos. Dessa forma, não nos apressemos fornecendo respostas precipitadas. Quem vive um de(pressão) muitas vezes, de início, vivencia e presentifica seus sintomas como único universo possível. Aí mora o caráter específico do investimento no tratamento psicanalítico, já que ele não é uma mera conversa entre amigos somada a um desabafo. Ele gera tanto a possibilidade de mobilizar, quanto a oportunidade de gerar outras possibilidades, centradas na diversidade de lidar com o que nos causa sintomas. Tarefa da Psicanálise? Sejamos mobilizadores?


Paulo Bandeira


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