Estranhamente faço um convite à procrastinação. Por estes dias li um trecho de Goethe que dizia: “É uma coisa bastante uniforme a espécie humana. Boa parte dela passa seus dias trabalhando para viver, e ou pouquinho de tempo livre que lhe resta pesa-lhe tanto que busca todos os meios possíveis para livrar-se dele. Oh, destino dos homens!”. Quantas vezes deixamos de lado nosso lazer para atender às demandas profissionais, ou familiares. Digo bem alto: -Procrastinem! Lembremos que todo excesso esconde uma falta, mas isso não válido apenas para o cultivo de nosso ócio. E por falar em ócio, acho redundante falar que ele “pode” ser produtivo. Ele é “sempre” produtivo. É na ausência da obrigação que os mais célebres cientistas e pesquisadores marcaram a história. No entanto, a sensação de paralisação e o incômodo provocado pela pausa nas atividades rotineiras nos causa desconforto, ansiedade e, por consequência, a punição. Procrastinem e deixem de lado a punição. Deixar de cumprir nossas obrigações, de vez em quando, tem seu lugar. Julguem-me, mas sussurro em seus ouvidos: -Procrastinem!
Paulo Bandeira
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