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  • Foto do escritorPaulo Bandeira

Superação sob o viés Psicanalítico


Se pesquisarmos no dicionário, o significado de ‘superação’ é de ultrapassar uma situação desagradável, ou perigosa: depois da doença, do luto e, acrescentemos, dos sintomas mais diversos do sofrimento psíquico. Se focarmos nos conselhos da ‘autoajuda’, Todos vão nos dizer que a capacidade de superação tem que ser retirada de dentro, por nossa vontade e força. Diante disso, não haveria sentido em instaurar o conhecimento psicanalítico. Sendo assim, para o viés psicanalítico não existe esta ação isolada de um investimento centrado, simplesmente, numa força interior. Visto que, se afirmarmos o contrário, cairíamos na perspectiva do senso comum, da culpabilização de nossas dificuldades dependentes exclusivamente da falta: seja de vontade, seja de força interior, ou até mesmo da ausência de uma crença religiosa. Assim, super + ação é igual a um movimento que, em sua essência, está concentrado na capacidade de ‘ressignificação’. Claro que o investimento parte do sujeito e que é necessário um esforço significativo, mas esse movimento aponta para uma perspectiva em que possamos ser capazes, em Todas as situações, manejar a ressignificação do que fazemos com aquilo que nos fizeram, indicação de Freud. Força interior, paz interior, crença, pensamentos positivos, Tudo isso é válido, mas não caracteriza genuinamente o propósito da superação. O prefixo ‘super’ pode significar uma ação exposta no aumentativo. Não é uma ação qualquer, é uma ação maximizada como processo, acima de tudo. Para ressignificar uma fatalidade é preciso entender que os obstáculos que enfrentamos são passíveis de serem revisitados constantemente. Por isso, o passado, por exemplo, não está superado. O que acontece é que ele está vivo em nossa memória, mas a forma e a importância que atribuo ao mesmo, define o que eu faço com esse passado. Esquecê-lo? Jamais. O corpo sólido de nossas ressignificações faz com que, mediante as demandas, possamos tratar o enfrentamento de nossas debilidades encarando-as de frente. Mas não se assuste! Fantasmas nos visitarão, mas, como Toda visita, eles são passageiros.


Paulo Bandeira


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